Portugal chega a Cannes com dez produções
15/05/2023
A 76ª edição do Marché du Film começa hoje com várias produções e coproduções com assinatura portuguesa nas secções competitivas e programas paralelos do festival francês, que decorre até 27 de maio.
"As Filhas do Fogo”, de Pedro Costa, primeira produção da Clarão Companhia, irá integrar a Seleção Oficial Fora de Competição do Festival Internacional de Cinema de Cannes. Trata-se de uma curta-metragem interpretada pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes e o maestro e cravista Marcos Magalhães dirige Os Músicos do Tejo. De acordo com a sinopse, "três irmãs são separadas pelo vulcão do fogo mas cantam: um dia saberemos porque vivemos e porque sofremos”. Esta será a quinta presença de Pedro Costa neste festival.
"Eureka”, do realizador argentino Lisandro Alonso, com produção da Rosa Filmes, tem estreia marcada para 19 de maio na Seleção Oficial - Cannes Première. Esta obra resulta de uma coprodução com França, Argentina, Alemanha e México e conta no elenco com Viggo Mortensen, Chiara Mastroianni e Luísa Cruz e foi apoiada pelo Fundo Luso-Francês. A história tem como pano de fundo questões da cultura indígena da América que são conhecidas através de viagens no tempo e no espaço.

A longa-metragem "A Flor do Buriti”, do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader Messora, foi selecionada para a secção Un Certain Regard. Esta é a segunda longa-metragem dos dois realizadores filmada na terra indígena de Kraholândia, no Brasil. Atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, dando a conhecer um massacre ocorrido em 1940, perpetrado por dois fazendeiros da região, onde morreram dezenas de nativos. A obra mostra como a violência praticada naquele momento continua a ecoar na memória das novas gerações.

"Eureka”, do realizador argentino Lisandro Alonso, com produção da Rosa Filmes, tem estreia marcada para 19 de maio na Seleção Oficial - Cannes Première. Esta obra resulta de uma coprodução com França, Argentina, Alemanha e México e conta no elenco com Viggo Mortensen, Chiara Mastroianni e Luísa Cruz e foi apoiada pelo Fundo Luso-Francês. A história tem como pano de fundo questões da cultura indígena da América que são conhecidas através de viagens no tempo e no espaço.

A longa-metragem "A Flor do Buriti”, do português João Salaviza e da brasileira Renée Nader Messora, foi selecionada para a secção Un Certain Regard. Esta é a segunda longa-metragem dos dois realizadores filmada na terra indígena de Kraholândia, no Brasil. Atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, dando a conhecer um massacre ocorrido em 1940, perpetrado por dois fazendeiros da região, onde morreram dezenas de nativos. A obra mostra como a violência praticada naquele momento continua a ecoar na memória das novas gerações.

"Légua”, longa-metragem realizada por Filipa Reis e João Miller Guerra, vai ter estreia mundial na 55ª Quinzaine des Cinéastes do Festival de Cannes. O filme conta com Carla Maciel, Fátima Soares e Vitória Nogueira da Silva nos papéis principais. É produzido pela Uma Pedra no Sapato, em coprodução com a Laranja Azul, KG Productions (França) e Stayblack Productions (Itália). A ação do filme decorre numa antiga casa senhorial no norte de Portugal onde Ana ajuda a sua amiga Emília, a velha governanta determinada em cuidar do casarão desocupado pelos donos que nunca lá vão. Mónica, filha de Ana, desafia as escolhas da mãe e estas três gerações de mulheres procuram compreender o seu lugar num mundo que se desvanece.
Três coproduções portuguesas vão estar no programa de residências "La Factory des Cinéastes”, da Quinzena. Depois de três anos de interrupção, o programa é retomado e a produtora portuguesa Bando à Parte juntamente com a francesa DW Production, de Dominique Welinski, para coordenar a programação de Portugal a Norte. Desta parceria resultaram 3 curtas-metragens cocriadas e correalizadas, por André Guiomar, Mário Macedo, e Mariana Bártolo, em colaboração com Mya Kaplan (Israel), Dornaz Hajiha (Irão), e Guillermo Garcia Lopez (Espanha) respetivamente. As 3 curtas-metragens são exibidas a 17 de maio, dia da abertura da 55.ª edição da Quinzaine des Cinéastes.
Nesta secção haverá ainda numa sessão especial com o filme "Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, que completa 30 anos, e o próprio o cartaz do programa mostra a imagem da atriz Leonor Silveira, protagonista deste clássico do cinema português.
"Corpos Cintilantes", a primeira obra de Inês Teixeira, vai integrar a seleção oficial da Semaine de la Critique. A curta-metragem, produzida pela Terratreme Filmes, explora um momento particular na vida de Mariana, uma jovem de 16 anos (Maria Abreu), que recebe um inesperado e desconcertante convite para passar um fim-de-semana em casa de um colega (Gaspar Menezes), e começa a olhar para ele de outra forma. O desejo é o motor da progressão narrativa, convidando o espetador a adotar a perspetiva de Mariana e a participar no jogo de sedução e adivinhação.
Por fim, "Nome", do cineasta da Guiné-Bissau Sana Na N’Hada, foi selecionado para a seção ACID. Esta longa-metragem é uma coprodução da Guiné-Bissau, França, Angola e a produtora portuguesa LX Filmes. A história passa-se em 1969, durante a guerra colonial e retrata o confronto entre o exército português e os guerrilheiros do partido africano para a Independência da Guiné. Nome, o protagonista, deixa sua aldeia e junta-se aos guerrilheiros do PAIGC. Anos depois, ele regressa como um herói, mas a alegria logo dará lugar à amargura e ao cinismo.