Queer Lisboa com mais de uma centena de filmes
19/09/2024
Arranca amanhã a 28ª edição do Queer Lisboa, com um programa que convida a um olhar complexo sobre as realidades das pessoas e comunidades LGBTQI+ mas que não deixa de fora questões sensíveis como a crise dos refugiados no Mediterrâneo, o conflito no Médio Oriente ou o alerta ambiental. Destacam-se vários títulos celebrados no circuito de festivais de cinema internacionais, como o da abertura, e vários inéditos.
Para a sessão inaugural, amanhã, no Cinema São Jorge, foi escolhido o "Baby”, do brasileiro Marcelo Caetano, filme que deu o Prémio de Melhor Ator Revelação ao ator Ricardo Teodoro (Ronaldo) na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2024. Uma obra que conta a história de um jovem de 18 anos que, ao ser libertado de um centro de detenção juvenil, vê-se só e à deriva nas ruas de São Paulo. Sem saber dos pais, e sem recursos, Baby opta por dormir na rua. Num cinema de cruising, conhece Ronaldo, um homem de 42 anos, que lhe dá novas ferramentas de sobrevivência, nomeadamente juntando-se a ele no trabalho sexual e tráfico de drogas. Gradualmente, nasce uma paixão entre os dois. De acordo com o comunicado do Queer ""Baby” é uma sexy e vibrante incursão no submundo paulistano, ao mesmo tempo em que tece uma muito delicada e empática narrativa sobre o amor, a família e a perda”.
Há mais de uma centena de filmes em cartaz de geografias tão díspares como Vietname, Grécia, Estónia ou Guam.
Há algumas produções portuguesas em competição: "As minhas sensações são tudo o que tenho para oferecer” de Isadora Neves Marques, "Seu nome era Gisberta”, de Sérgio Galvão Roxo, e "I Kiss your hand, Madame”, de Jeremy Luke Bolatag, numa coprodução entre Hungria, Portugal e Bélgica.
O Queer Lisboa contará ainda com uma retrospetiva, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, dedicada a William E. Jones, artista que tem trabalhado em cinema, vídeo, fotografia e pintura, destacando-se também como ensaísta e romancista.
O encerramento será com "Call Me Agnes”, produção neerlandesa de Daniel Donato, que cruza elementos do documentário, de ficção e musical para contar a história da mulher trans indonésia Agnes Geneva.
O festival termina a 28 de setembro.
Consulte o programa completo no site.