Filmes portugueses em Locarno

Na competição pelo Leopardo de Ouro, no concurso internacional do Festival de Locarno, estão as longas-metragens "Baan", de Leonor Teles, "Manga d'Terra", de Basil da Cunha e "O auge do humano 3", de Eduardo Williams.

Leonor Teles é a única realizadora portuguesa nesta que é a secção mais importante do festival, e apresenta "Baan”, uma produção de Uma Pedra no Sapato, que se centra na história de duas jovens, em que o tempo, o espaço e as emoções implodem, confundindo Lisboa com Banguecoque e nos leva a pensar sobre o conceito de casa. O argumento é de Leonor Teles, Ágata Pinho, Francisco Mira Godinho.

"Manga d'Terra", do luso-suíço Basil da Cunha, tem como protagonista Rosa, uma mulher de 20 anos, que deixa os dois filhos em Cabo Verde para procurar uma vida melhor em Lisboa. De acordo com a sinopse revelada pela AKKA FILMS perante o assédio dos chefes e a violência policial diária, Rosa tenta encontrar conforto com as mulheres da comunidade. 

"O auge do humano 3", realizador argentino Eduardo Williams, uma coprodução Argentina, Brasil, Portugal e Holanda, mostra "diferentes grupos de amigos que deambulam por um mundo chuvoso, ventoso e escuro, a tentar afastar-se de seus empregos deprimentes e a perambular em direção ao mistério de novas possibilidades”, de acordo com a produtora portuguesa Oublaum filmes. Filmada com tecnologia 360º no Sri Lanka, Peru e Taiwan, esta obra conta com a participação de atores locais não-profissionais.

"Essential Truths of the Lake”, do filipino Lav Diaz é uma produção com a Rosa Filmes, que envolve Filipinas, França, Singapura, Itália, Suíça e Reino Unido. 

As curtas "Nocturno para uma floresta", de Catarina Vasconcelos, "De Imperio", de Alessandro Novelli, e "Slimane", de Carlos Pereira, competem pelo Pardi di Domani.

"Nocturno para uma floresta", integra a competição Corti d’autore - Pardi di Domani, sobre uma floresta cujo acesso foi proibido a mulheres pela igreja do século XV. 

"Durante uma noite tranquila, um grupo de fugitivos tenta encontrar o caminho para o centro de um edifício, onde toda a resistência se está a juntar. Evitando a vigilância, passam pelas salas dos gigantes e testemunham as suas rotinas macabras”, lê-se na sinopse da curta "De Imperio", realizada por Alessandro Novelli com produção da cooperativa BAP – Animation Studio e coprodução da Studio Kimchi. Este é o último capítulo de uma trilogia sobre a condição humana, intitulada "Deconstruction”. Depois de "The Guardian” e "Contact”, este último capítulo explora a dinâmica e as relações entre o poder e a sociedade, através de um universo surreal metafórico. 

De acordo com o comunicado da Agência da Curta Metragem, o filme mistura diferentes técnicas, sendo maioritariamente animado em 2D tradicional, com algumas cenas e movimentos em 3D. As personagens animadas à mão são pintadas quadro a quadro, integrando uma cena de 45 segundos animada em papel e pintada em acrílico.

Por fim, a curta "Slimane", de Carlos Pereira, aborda a discriminação no seio da comunidade queer e é uma produção do Instituto Deutsch Film e da Academia de Cinema e Televisão de Berlim.

A longa-metragrem "Čuvari Formule” / "Guardians of the Formula”, na qual a portuguesa Grumpy Panda aparece como produtora associada, também estará presente na 76ª edição do Festival de Locarno, na Secção Piazza Grande. É uma produção da Cobra FIlm (Sérvia) em coprodução com Art&Popcorn Film (Sérvia), Bitter Frames Production (Montenegro) e Perfo Production (Eslovénia).