Dez filmes com produção portuguesa competem em Guadalajara
06/05/2025
Portugal é o país convidado do Festival de Cinema de Guadalajara, no México, e a filmografia nacional estará em destaque em várias secções competitivas e não competitivas. Além das exibições de mais de 30 obras, que ilustram a história do cinema nacional, haverá homenagens, masterclasses e apresentações.
Portugal foi escolhido como convidado de honra num ano em que se assinalam os 40 anos do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara. A delegação portuguesa marcará presença com uma curadoria, que reunirá uma mostra contemporânea e patrimonial da sua cinematografia, para além de estar representada nos programas da secção de Indústria do Festival, como o Encontro de Coprodução, Pitch GDL, Episódio 0, FICGames e no Encontro de Produtores Portugal–LATAM, no âmbito do Guadalajara Film Market. Nove produções com assinatura nacional ganham particular destaque nas competições internacionais.
"A Savana e a Montanha”, de Paulo Carneiro, é candidato ao prémio de melhor longa-metragem documental ibero-americana do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (FICG). O filme aborda a luta da comunidade transmontana de Covas do Barroso contra a exploração de lítio na região. Nesta competição estão ainda "Tardes de Soledad”, do espanhol Albert Serra, coproduzido pela Rosa Filmes e que retrata Andrés Roca Rey, uma estrela da tauromaquia espanhola, e "Ouro Negro”, do japonês Takashi Sugimoto, produzido por Uma Pedra no Sapato e rodado na Índia, em torno de uma tradição comercial de cabelo negro das mulheres.
"A Savana e a Montanha”, de Paulo Carneiro, é candidato ao prémio de melhor longa-metragem documental ibero-americana do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (FICG). O filme aborda a luta da comunidade transmontana de Covas do Barroso contra a exploração de lítio na região. Nesta competição estão ainda "Tardes de Soledad”, do espanhol Albert Serra, coproduzido pela Rosa Filmes e que retrata Andrés Roca Rey, uma estrela da tauromaquia espanhola, e "Ouro Negro”, do japonês Takashi Sugimoto, produzido por Uma Pedra no Sapato e rodado na Índia, em torno de uma tradição comercial de cabelo negro das mulheres.
Na competição de curtas-metragens ibero-americanas destaca-se "Tapete Voador”, filme realizado e produzido por Justin Amorim (Promenade), que se baseia numa história real de um caso de pedofilia institucionalizada passado em Portugal.
"Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco, uma comédia negra sobre a eutanásia e que se estreou esta semana em Portugal, está na secção oficial de longas-metragens ibero-americanas de ficção.
Para o Prémio Maguey, que celebra as cinematografias LGBT, concorrem duas obras nacionais. A primeira é "Duas vezes João Liberada”, de Paula Tomás Marques, sobre uma personagem ficcional que podia ter existido: alguém perseguido e marginalizado durante a Inquisição por ter tido uma conduta de vida que não correspondeu às normas da época sobre sexualidade e género. Também entra nesta corrida "As Fado Bicha”, da realizadora franco-portuguesa Justine Lemahieu, um documentário produzido pela Wonder Maria Filmes, que fala do encontro, ao longo de vários anos, de Lila e João, as duas artistas e ativistas da banda Fado Bicha.
O filme "Two Ships”, do norte-americano McKinley Benson, em coprodução com a Cola Animation, é candidato ao prémio de melhor curta-metragem de animação, e "La Memoria de las Mariposas”, da peruana Tatiana Fuentes Sadowski, coprodução portuguesa da Oublaum Filmes, estreada no Festival de Berlim de 2025, compete para o prémio de cinema socio-ambiental.
Na competição dos estudantes, apresenta-se a curta-metragem "Rogéria”, de Salvador Gil, que venceu o Prémio Sophia Estudante 2025. O filme produzido pela ESAP - Escola Superior de Artes do Porto conta a história de Rogéria Maia, uma mulher cigana que, após uma vida marcada por dificuldades e discriminação, se torna um símbolo de resistência e amor, dedicando-se à família e ao legado das gerações anteriores.
Fora de competição estão 35 obras que, de acordo com o festival, "celebram a identidade, a história e a imaginação de um país que projeta luz em cada plano." Obras diversas de várias épocas e géneros. Compõe esta extensa lista títulos como: "Maria do mar”, de José Leitão de Barros, Francisca”, de Manuel de Oliveira, "Recordações da Casa Amarela”, de João Cesar Monteiro, "Um adeus português”, de João Botelho, "Verdes anos”, de Paulo Rocha, "Casa de Lava”, de Pedro Costa, "Metamorfose dos pássaros”, de Catarina Vasconcelos "Nayola”, de João Miguel Ribeiro.
A atriz e realizadora Maria de Medeiros vai ser homenageada nesta edição do Festival de Guadalajara. A organização justifica: "celebramos o seu percurso e o seu compromisso com a arte, a liberdade e a expressão feminina — que inspiram e transcendem fronteiras”. Maria de Medeiros conduzirá uma masterclass. Paulo Branco e João Gonzalez também serão responsáveis por masterclasses.
Dentro do programa da indústria, Regina Pessoa, também foi convidada para liderar uma conversa sobre o processo criativo das suas obras. O programa de homenagem a Portugal também inclui três das suas obras, nomeadamente: "Histoire Tragique avec fin heureuse”, "Tio Tomás, a contabilidade dos dias” e a "noite”.
A 40ª edição do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara decorre de 6 a 14 de junho.