Candidatos portugueses a melhor filme internacional

Fonte: Academia Portuguesa de Cinema
01/09/2022
A Academia Portuguesa de Cinema divulgou os filmes nomeados para a votação do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional na 95ª edição dos Óscares, que decorrerá a 12 de março de 2023.
São cinco os candidatos que o comité de pré-seleção escolheu: "Alma Viva”, de Cristèle Alves Meira (Midas Filmes); "Lobo e Cão”, de Cláudia Varejão (Terratreme Filmes); "Mal Viver”, de João Canijo (Midas Filmes); "Restos do Vento”, de Tiago Guedes (Leopardo Filmes); "Salgueiro Maia – O Implicado”, de Sérgio Graciano (Sky Dreams Entertainment).

O comité de pré-seleção da Academia Portuguesa de Cinema composto por Alexandra Ramires (realizadora de Animação), Ivo Canelas (ator), Jorge Paixão da Costa (realizador), Luís Branquinho (director de fotografia), Margarida Marinho (actriz), Paulo Furtado (compositor), Tathiani Sacilotto (produtora) escolheu estas primeiras longas-metragens de entre as quais será eleito o candidato português aos Óscares.

O processo de seleção passará agora por um período de votação entre os membros da Academia Portuguesa de Cinema - de 1 a 18 de setembro – e o anúncio do filme escolhido como candidato português a melhor filme internacional será anunciado a 19 de setembro.
 

Os filmes candidatos

"Alma Viva”
Esta primeira longa-metragem da luso-francesa, Cristèle Alves Meira, teve estreia mundial na Competição da Semana da Crítica do Festival de Cannes, em 2022. Esta coprodução da Midas Filmes com a Fluxus Films (francesa) e a Entre Chien et Loup (belga) foi filmada inteiramente em Portugal, na região transmontana de Vimioso, no distrito de Bragança, onde a realizadora tem raízes familiares.
Centra-se na história de Salomé, uma menina de 10 anos, filha de emigrantes portugueses que vem todos os anos passar as férias de verão com a avó, com quem tem uma forte ligação "até que uma noite assiste, impotente e sem compreender o que aconteceu, à sua morte, pela qual se culpabiliza”.


"Lobo e Cão”

Este é o mais recente filme da realizadora Cláudia Varejão, com estreia mundial na 79ª edição do Festival de Cinema de Veneza, na secção Giornate degli Autori.
Com produção da Terratreme e coprodução da francesa La Belle Affaire, "Lobo e Cão”, filmado em São Miguel, nos Açores, é "uma ode à comunidade queer desta ilha, que é mostrada através de Ana, do seu grupo de amigos e família. É uma obra que cruza realidade e ficção e tem no elenco alguns atores não-profissionais.


"Mal Viver”

O filme de João Canijo, rodado em Ofir, no Hotel Parque do Rio, é a história de uma família de cinco mulheres, que se ocupa de um hotel de província, uma história de mães e filhas, amores que deram lugar à amargura e a muitas relações complicadas.
A produção é da Midas Filmes e recebeu o apoio do ICA, do Fundo de Apoio ao Turismo e Cinema. "Mal Viver” deverá estrear em Portugal a 24 de novembro de 2022.


"Restos do Vento”

A longa-metragem de Tiago Guedes teve a sua estreia mundial numa sessão especial da Seleção Oficial do Festival de Cannes de 2022.
É uma coprodução da Leopardo Filmes (PT), APM Produções (PT), RTP - Rádio e Televisão de Portugal (PT), Alfama Films Production (FR) e ARTE France Cinéma (FR).
De acordo com a sinopse, um grupo de adolescentes passa por uma experiência dolorosa relacionada com uma tradição pagã.  Passados 25 anos, quando se reencontram, este episódio ressurge e semeando a tragédia.


"Salgueiro Maia – O Implicado”

Este filme de Sérgio Graciano, que estreou nas salas de cinema portuguesas em abril de 2022, é uma ficção baseada em factos históricos, relatos pessoais, revelações íntimas, emoções reais de quem acompanhou aquele que é considerado o herói e o símbolo mais puro do 25 de Abril de 1974.  De acordo com a sinopse "Fernando Salgueiro Maia, o anti-herói não ocasional, produto de uma formação académica e militar, foi um homem que soube pensar o futuro, seguir as ideias, contestando-as, vivendo uma vida cheia, alegre e fértil, solidária e sofrida”.
O guião é da autoria de João Lacerda de Matos com a revisão e consultadoria histórica de António de Sousa Duarte, autor do livro "Um Homem da Liberdade”, única biografia existente sobre Salgueiro Maia.