PORTUGAL REPRESENTADO NA 66.ª BERLINALE COM OITO FILMES
O cinema português estará presente no certame alemão com quatro curtas e quatro longas-metragens.
O cinema português estará presente no certame alemão com quatro curtas e quatro longas-metragens.
Sopram bons ventos de Berlim para as produções de origem lusa. A película Posto Avançado do Progresso, de Hugo
Vieira da Silva, e os documentários Eldorado XXI, de Salomé Lamas, e Rio
Corgo, de Sérgio da Costa e Maya Kosa, são as mais recentes entradas para a
seleção da secção Fórum da 66.ª Berlinale.
Os filmes juntam-se assim a Cartas da Guerra, de Ivo M. Ferreira, que entra na competição para o Urso de
Ouro para o Melhor filme. As produções portuguesas dão cartas no segmento das
longas-metragens, mas também no das curtas: Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, e Freud und Friends, de Gabriel Abrantes, foram escolhidos para integrar a competição
de curtas-metragens do certame, ao passo que L’oiseau de la Nuit, de Marie Losier,
e Transmission from the Liberated Zones, um filme-ensaio de Filipa César, farão parte do Forum Expanded.
O festival selecionou também duas longas-metragens
portuguesas que só mais tarde chegarão às salas do País:
— Posto Avançado do
Progresso, que marca o regresso de
Hugo Vieira da Silva ao festival berlinense depois de em 2011 lá ter
apresentado a película Swans. Trata-se de uma adaptação da novela An Outpost of
Progress, de Joseph Conrad, e conta uma história colonial de
final do século XIX.
— Igualmente inspirado numa obra de literatura e
igualmente passado na Angola colonial, Cartas da Guerra recupera as
vivências do Ultramar do então jovem António Lobo Antunes. Um relato de África,
da violência e da saudade, feito em cartas capazes de preservar não só a
memória, como a sanidade do seu remetente.
Ambas as películas terão a estreia absoluta por terras
germânicas, chegando aos cinemas portugueses, respetivamente, em março e no
segundo semestre de 2016.
Depois de em 2013 ter levado Terra de Ninguém à
Berlinale, Salomé Lamas regressa com Eldorado XXI. O documentário passa-se a 5500 metros de altitude, na
comunidade peruana de La Rinconada y Cerro Lunar, aquela que
no mundo vive mais alto. Já o documentário ficcional Rio Corgo tem
lugar numa aldeia portuguesa e conta a relação entre Silva, um velho e
adoentado vagabundo, e a jovem Ana.
Estes documentários terão ambos estreia internacional em Berlim e integraram a edição de 2015 do Doclisboa,
onde Rio Corgo se sagrou vencedor do Prémio Liscont para Melhor Filme da
Competição Portuguesa. Serão, a par de Posto Avançado do Progresso,
exibidos na categoria Fórum, considerada a mais experimental e original do certame.
Paralelamente ao festival de cinema, entre 13 e 18 de fevereiro,
terá também lugar na capital alemã o Berlinale Talents. Esta cimeira anual de
networking reúne 300 criativos da indústria, uma lista onde este ano figurarão
o produtor português Pedro Fernandes Duarte e os realizadores e argumentistas
Inês Oliveira e André Marques.
Outro evento de networking agendado para a mesma altura é o
Berlinale Co-Production Market. Marcado para os dias 14, 15 e 16 de fevereiro, também
ele contará com uma presença lusa: Gonçalo Waddington. O ator, que realizou as
curtas Imaculado e Nenhum Nome, far-se-á acompanhar do
projeto Patrick, a sua primeira
longa-metragem.
O Berlinale Co-Production Market constitui uma oportunidade para
realizadores como Waddington, já que lhes dá a oportunidade de apresentar os
seus projetos a profissionais da indústria cinematográfica. Este "mercado”
integra o European Film Market, no
qual o Instituto do Cinema e do Audiovisual voltará a marcar presença com um
stand.
A 66.ª Berlinale arranca a 11 de fevereiro na capital
alemã, terminando no dia 21.