MARIA CABRAL, A ESTRELA DO CINEMA NOVO

21/01/2017
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Faleceu no passado dia 16 de janeiro a atriz que deu um novo conceito ao cinema português. Desde o primeiro filme conquistou uma notoriedade absoluta. Hoje recordamos a vida de Maria Cabral.

UMA FIGURA ICÓNICA DO CINEMA PORTUGUÊS

"Nenhum outro ator ganhou, com uma obra tão breve, um estatuto tão icónico no cinema português”, é assim que Marcelo Rebelo de Sousa se refere a Maria Cabral, no site da Presidência da República, em jeito de homenagem, no dia da sua morte. Foi com o filme O CERCO, de António da Cunha Telles, que ganhou notoriedade no cinema. O cineasta recorda a "relação excecional entre realizador e atriz” e que aqueles "foram momentos incríveis, uma aventura magnífica”. Descreve-a como sendo "uma mulher cheia de interesse”, com "uma personalidade curiosíssima”, enquanto atriz. Após a estreia do primeiro filme, concedeu esta entrevista-viagem à revista Plateia.

A NOTORIEDADE EM PORTUGAL E NO ESTRANGEIRO

Depois da passagem do filme O CERCO em Cannes, surgem rumores que Maria Cabral seria contratada por Godard. Não aconteceu, mas António da Cunha Telles recorda que, por esta altura, havia um grande frenesim em torno do seu nome, dado o excelente desempenho que teve no filme. Depois deste trabalho seguiram-se outros: O RECADO (1971), de José Fonseca e Costa, VIDAS (1984), de António da Cunha Telles, NO MAN´S LAND (1985), de Alain Tanner e UM ADEUS PORTUGUÊS (1985), de João Botelho. Maria Cabral dedicou-se também ao teatro japonês e a programas infantis na RTP. O site cine.pt escreve que a atriz conquistou uma bolsa de especialização para atrizes, na década de 50, e partiu para Paris. Na década de 70 estudou teatro japonês, sob a direcção de Shiro Daimon e começou a trabalhar com Miguel Yeco. Em 1981 apresentou o espetáculo "Pessoas e Ecos — o Primeiro Prelúdio”, de Yeco, no A.R.C.O., em Lisboa.

UM ADEUS PORTUGUÊS E O RETIRO PARA FRANÇA

O filme UM ADEUS PORTUGUÊS, de João Botelho, aconteceu no ano de 1986 e este foi o último trabalho da atriz. O realizador descreve-a como "maravilhosa. Lembro-me de uma cena notável que ela fez com Isabel de Castro, (...) quase não diziam nada e estava lá tudo”.

Após este trabalho a atriz parte para Paris, para uma experiência religiosa e oriental, e afastou-se do mundo contemporâneo.


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