FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE CARTAGENA, O FESTIVAL QUE TAMBÉM FALA PORTUGUÊS
O Festival Internacional de Cinema de Cartagena chegou este ano à sua 56ª edição e conta com filmes portugueses na programação.
O Festival Internacional de Cinema de Cartagena chegou este ano à sua 56ª edição e conta com filmes portugueses na programação.
O FICC sempre teve um critério muito bem
definido no que toca ao cinema que exibe. Com a prioridade a passar por filmes
que privilegiam a identidade cultural dos países ibero-americanos, o interesse
passa sempre por promover quase que uma irmandade cultural entre as culturas
representadas.
Este ano não foge à regra e os seus mais
de 140 filmes na programação representam todos um panorama do melhor que se faz
nos países com sangue latino.
Aqui estão incluídas na competição 2 curtas e 2 longas metragens.
Terá ainda mais 2 filmes com produção portuguesa a fazer retrospectiva ao
célebre realizador lituano Sharunas Bartas.
Quem estiver atento ao panorama
cinematográfico português, sabe que Sandro Aguilar está em cena há algum tempo.
Fundador d’O Som e a
Fúria, uma das mais célebres produtoras de cinema em português,
começa em 1996, ano em que realiza a sua primeira curta-metragem e hoje
apresenta-nos Bunker, uma curta carregada de elementos estéticos e que nos leva a
viver um amor não correspondido. Bunker, que já teve destaque no Festival de Curtas de Vila do Conde, Festival Internacional de Curtas de
Hamburgo e no Festival
du Nouveau Cinéma do Canadá faz também parte integrante do cartaz do
FICCI 56.
Luís Patiño é outro realizador que, apesar
da sua origem galega, apresenta neste festival Noite sem
Distância, uma curta metragem com produção portuguesa passada na Serra do
Gerês e que nos mostra o contrabando entre 2 regiões irmãs, Minho em Portugal e
a Galiza em Espanha, uma alegoria à sua, sempre furtiva ligação no decorrer dos
tempos.
Na corrida estão ainda 2 longas metragens portuguesas:
Cartas da Guerra de Ivo Ferreira, baseado no romance de
António Lobo Antunes, que relata a experiência da guerra da independência
angolana entre 1961 e 1974; e Home - The Country of Illusion de Josephine
Landertinger Forero, uma co-produção portuguesa e colombiana que nos conta a vida
de Lilia, mulher colombiana que nunca parou de percorrer o mundo para acabar a
sua viagem em Portugal.
Paulo Branco também terá um papel de
destaque no festival, desta vez através da exibição de 2 filmes que fazem
retrospectiva ao célebre realizador lituano Sharunas Bartas.
"Few of Us” é o filme
que projetou Sharumas Bartas para a cena cinematográfica europeia e mundial.
Com produção do português Paulo Branco, este é o exemplo poético que tanto
carateriza a obra de Bartas. O filme que explora a incomunicabilidade do mundo
através da ausência de diálogo é um dos 6 filmes escolhidos para o tributo ao
realizador da Lituânia, mas não é o único, uma vez que The House estará
também em exibição no tributo ao realizador. Também ele com produção do
português Paulo Branco.
O FICCI não esquece quem melhor representa
a 7ª arte, com a edição deste ano a prestar tributo a 3 grandes nomes do cinema
mundial. Falamos de Brilhante Mendoza, o multi premiado realizador filipino que
vai ter 10 dos seus filmes exibidos no festival; Luis Ospina, considerado o
primeiro realizador colombiano, que conta com 19 filmes em cartaz; e Susan
Sarandon, a reconhecida atriz norte-americana que vai ter exibidos 6 dos filmes
mais marcantes na sua carreira.
A juntar-se à festa está a retrospectiva a
2 célebres realizadores: o argentino Gaspar Noé, que ganhou nome com o seu
polémico filme Irréversible, e que nesta edição conta com a exibição de 4
filmes, e o já referido Sharumas Bartas que terá em exibição 6 obras, 2 delas com
produção portuguesa, a cargo de Paulo Branco.
Cartagena dá ainda destaque ao sangue novo
e, como já tem acontecido em edições anteriores, este ano exibe 14 filmes de
realizadores que dão os primeiros passos na indústria, um deles com co-produção
portuguesa: o filme Olivia de Atsushi Kuwayama, que nos fala de uma mulher do norte de
Portugal, com uma vida carregada de histórias.
São muitos os filmes que este ano estado
em exibição na 56ª edição do maior festival de cinema da américa latina, e são
ainda mais as razões para os ver todos, no entanto destacamos alguns que
sabemos serem as jóias no cartaz do festival colombiano, são elas: Carneros, do
islandês Gramar Hásonarson; Cementery Of Splendour do
tailandês Apichatpong Weerasethakul; o grego Chevalier de
Athina Rachel Tsangari; Chronic do britânico Michel Franco; a produção franco-italiana Mia Madre do mítico
Nanni Moretti; No Home Movie do belga Chantal Ackerman; Taklub de
Brillante Mendonza, das Filipinas; e The Assassin, uma produção
chinesa de Hou Hsiao-Hsien.