ABRIL COM CINEMA PORTUGUÊS NA RTP 2

01/04/2016
Icon artigo
Durante este mês, todas as sexta feiras, às 22:55, vão ser exibidos filmes assinados por cinco cineastas portugueses: dos realizadores mais conceituados aos novos talentos.

Do amor juvenil ao amor agitado e provocador, dos mergulhos e regressos à procura de identidade e lugares, a um navio que navega entre mares e histórias, é a celebração da sétima arte portuguesa.   

 

A ÁFRICA DE MARGARIDA CARDOSO







Yvone Kane
(de 2014) é o filme que abre o ciclo dedicado à criação cinematográfica portuguesa. Na tela, acompanhamos os encontros e desencontros de três mulheres e da força que as une. Com a identidade africana a servir como pano de fundo, ainda ressoam as memórias de uma História que persiste em ser conturbada nos livros e no pensamento. Retrata-se o colonialismo, o fim do império, o espírito revolucionário na figura de Yvone kane, a dor de Rita, a dor da mãe de Rita e a busca (muitas vezes inglória) da redenção e de pertencer a algum lugar.  

Depois de viver uma tragédia pessoal, Rita decide voltar a África, onde cresceu. É um regresso intencional ao passado e para junto de Sara (a mãe) que procura encontrar um sentido na vida que lhe seja mais confortável, com resgates constantes do passado. Ao mesmo tempo que as existências de ambas se cruzam no presente, embora com olhos postos no que já foi, Rita interessa-se ainda por outro caminho: o de Yvone Kane uma ex-guerrilheira e ativista política cuja coragem deixou uma marca indelével em várias gerações e cuja morte nunca foi esclarecida.

Beatriz Batarda, Irene Ravanche, Gonçalo Waddington, Mina Andala, Francilia Jonaze e Samuel Malumbe são alguns dos atores que compõem o elenco de Yvone Kane. Margarida Cardoso (que assinou obras como A Costa dos Murmúrios ou Aljubarrota) é a argumentista e realizadora.

Sexta-feira, 1 de abril, às 22:55.

A ESTREIA NAS LONGAS DE LUÍS DIOGO







Pecado Fatal
é o filme (de 2014) que marca a segunda semana do ciclo que a RTP dedica ao cinema português e a primeira longa-metragem assinada pelo jovem realizador Luís Diogo, argumentista de A Bomba (de Leonel Vieira) ou de Gelo (de Luís e Gonçalo Galvão Teles). É mais um regresso a algum lado, desta vez, é o regresso de Lila à terra onde nasceu, no norte português, e ao passado que quer compreender. Abandonada pelos pais biológicos e adotada por uma família, com a qual viveu uma infância feliz, a jovem mulher desafia a sua história e encontra uma outra, na qual volta a ser protagonista. Sem saber se é um final feliz que a espera, Lila chega a Paços de Ferreira e aluga um quarto a Nuno, o homem por quem se apaixona.

Pecado Fatal foi distinguido em alguns festivais internacionais, como no croata Opuzen Film Festival e no Festival Internacional de Cinema do Canadá, no qual ganhou o prémio de excelência na categoria de melhor filme estrangeiro. Do elenco fazem parte nomos como os de Sara Barros Leitão, Miguel Meira e João Guimarães.

Sexta-feira, 8 de abril, às 22:55.

O AMOR AO SOL SEGUNDO ADRIANO MENDES







O Primeiro Verão
é uma história de amor a de Isabel e Miguel. Acontece ao ritmo de um verão descomprometido, ingénuo e composto por dias leves e promissores. O sol acompanha os dois em demorados passeios pelo rio e na descoberta um do outro, uma descoberta livre e sem pressas. Será sol de pouca dura? É que as estações têm prazo, resta saber se um amor assim também. Entre a suave azáfama de trabalhos temporários, as paisagens da Sertã e as dúvidas de quem também começa a descobrir a existência, O Primeiro Verão não é propriamente um conto adolescente, como tantos outros. É, na verdade, um exercício contemplativo, naturalista, sincero e realista, o que o torna singular. 

É também a primeira longa-metragem do jovem realizador Adriano Mendes que, além disso, escreveu o argumento, interpretou o papel de Miguel e compôs a banda sonora. A jovem atriz Anabela Caetano deu vida e inocência a Isabel.

Em 2014 foi distinguido, pelo IndieLisboa, com o prémio novíssimos e com o de melhor longa-metragem portuguesa de ficção e pelo Festival Caminhos do Cinema Português com o prémio revelação. Lá fora, foi premiado na categoria de melhor filme europeu, no Festival Overlook, e com o prémio rising star no Festival Internacional de Cinema do Canadá.

Sexta-feira, 15 de abril, às 22:55.

A DIALÉTICA DE MANOEL DE OLIVEIRA







Este ciclo não é só feito de novas criações e jovens criadores, também vão ser exibidos filmes de nomes já consagrados, como é o caso de uma das obras de Manoel de Oliveira. Um Filme Falado, de 2003, tem um elenco de luxo e, mais uma vez, a assinatura marcada do veterano cineasta. 

 Rosa Maria (Leonor Silveira), uma jovem professora de História, parte em viagem com a sua filha, Maria Joana (Filipa de Almeida), num cruzeiro pelo Mediterrâneo e por todas as histórias que cabem neste mar. Destino final: Bombaim, na Índia, onde está o marido de Rosa, à espera de ambas. A descoberta de novos lugares faz o mesmo caminho da compreensão da civilização mediterrânea e da consequente cultura ocidental. São descobertas feitas a bordo de um navio (lugar onde decorre quase toda a ação) que acolhe outras personagens, todas elas com diferentes dimensões e contributos: uma empresária francesa, uma antiga modelo italiana, uma atriz e professora grega e o comandante do navio, um americano de origem polaca. As histórias, dentro da História, seguem a corrente e o seu curso até que algo terrível acontece.     

Além de Leonor Silveira e da pequena Filipa Almeida, do elenco fazem parte nomes como o de John Malkovich, Catherine Deneuve, Irène Papas, Stefania Sandrelli, Ricardo Trepa, David Cardoso e Luís Miguel Cintra.

Sexta-feira, 22 de abril, às 22:55.

FINAL EM CÂMARA LENTA







Depois de Manoel de Oliveira, a celebração dos nomes consagrados (e em jeito de homenagem) continua na última noite do ciclo. O filme a ser exibido, na última semana do mês, tem a assinatura de Fernando Lopes, realizador de filmes como Belarmino, Uma Abelha à Chuva ou Sorrisos do Destino. Em Câmara Lenta (2012) conta-nos a história de um mergulho, o de Santiago. Mais do que mergulhar no mar, o protagonista mergulha nas profundezas de si próprio, na sua paixão por Constança, no seu casamento com Laurence, na cumplicidade com o seu amigo Salvador e, no fundo, nas relações humanas e nos enganos na teia que as define. 

O argumento é de Rui Cardoso Martins e foi escrito a partir do romance do escritos Pedro Reis, uma obra que Fernando Lopes descreveu como "um asteroide romanesco raro e surpreendente na literatura portuguesa”. 

Rui Morrison, Maria João Luís, Maria João Pinho, Maria João Bastos e João Reis, Carlos Santos, John Frey, Nuno Rodrigues e Miguel Monteiro compõem o elenco da película que fecha com ouro este tributo ao cinema português.   

Sexta-feira, 29 de abril, às 22:55.

Utilização de cookies: Ao continuar a sua navegação está a consentir a utilização de cookies que possibilitam a apresentação de serviços e ofertas adaptadas aos seus interesses. Mais informações